Luana é uma das consultoras no Brasil do BID Lab, laboratório que apoia projetos-piloto de caráter inovador junto ao setor público. “O BID Lab busca conectar diversos atores do ecossistema de inovação e impacto social. E nós também fomentamos o tema de startups no modelo B2G [Business to Government, termo em inglês que descreve negócios para o governo]. No impulsiONar, juntamos todos esses pontos: Edtechs [tecnologias educacionais] com modelo B2G, especialistas educacionais, organizações de implementação e formação e redes de ensino”, explica ela.
Eduardo, por sua vez, trabalha com projetos de inovação aberta para o governo, visando, entre outras ações, fomentar a conexão de soluções tecnológicas com estados e/ou municípios. Enquanto especialista em inovação no BID e com experiência em compras públicas para inovação, sua contribuição no impulsiONar foi valiosa. Em 2021, junto aos especialistas jurídicos do programa, Eduardo desenhou o processo de inovação aberta para as 7 redes de ensino participantes do piloto, resultando na abertura de ciclos de seleção e testes monitorados de Edtechs no setor público. Tal ação despontou enquanto destaque no setor, já que a adoção de mecanismos jurídicos de caráter inovador pelo governo ainda representa um gargalo substancial no ecossistema brasileiro, e – até então – não haviam precedentes de sua implementação em tamanha escala. Secretarias com diferentes localizações geográficas, dimensões e condições socioeconômicas puderam se beneficiar de um modelo único e de fácil navegação com foco na inovação aberta, e três delas acabaram por adotar o Marco Legal das Startups – Lei Complementar n.º 182 / 2021, feito inédito na área de educação no Brasil. Eduardo explica que “o principal ganho [deste modelo] é que, por um lado, municípios podem melhorar seus resultados educacionais a partir da utilização dos novos mecanismos jurídicos e da inovação aberta. Por outro, o ecossistema das Startups (empresas em início de carreira) em educação pode ser notificado das chamadas públicas e se inscrever de forma organizada – o que acaba por fortalecer o seu interesse em trabalhar com governos e a sua clareza das possibilidades de escalar suas soluções.”
“…por um lado, municípios podem melhorar seus resultados educacionais a partir da utilização dos novos mecanismos jurídicos e da inovação aberta. Por outro, o ecossistema das Startups em educação pode ser notificado das chamadas públicas e se inscrever de forma organizada.”
(Eduardo Azevedo)
Luana conta que o conhecimento relacionado às condições para escalar soluções inovadoras, frente liderada pelo seu colega Eduardo, lhe rendeu ensinamentos e atualizou suas perspectivas sobre o seu trabalho com o governo. Ainda, sobre a experiência com o piloto do programa e a perspectiva de escala, a gestora brinca que escalar é “que nem fazer um cupcake (bolo pequeno, consumido sobretudo nos Estados Unidos): no primeiro [cupcake] você bota vários detalhes em cima. Mas, se você quer fazer em quantidade, nem sempre dá para colocar os enfeites em todos.”. Neste sentido, seu principal aprendizado é que, às vezes, o ideal é diferente do prioritário, e, em projetos de grande magnitude, é preciso saber priorizar. “Por exemplo, quando o assunto foi Modelo Pedagógico, não deu para abordar e implementar todos os eixos perfeitamente neste primeiro piloto, por mais que a gente quisesse. É assim: temos que escolher algumas demandas e fazê-las bem”, complementa.
“…escalar é que nem fazer um cupcake: no primeiro você bota vários detalhes em cima. Mas, se você quer fazer em quantidade, nem sempre dá para colocar os enfeites em todos.”
(Luana Amorim)
Já Eduardo traz consigo a perspectiva de expansão internacional do programa. O especialista acredita no potencial de levar o processo de inovação aberta do impulsiONar para além das fronteiras do Brasil: a combinação de apoio jurídico (dos consultores de compras públicas) e técnico (do Quintessa, focado na seleção e implementação de Edtechs B2G), foi um dos fatores de sucesso do impulsiONar. “Será que programas como o impulsiONar poderiam ser implementados em outros países como a Colômbia, a Argentina, o Chile?”, questiona. Para isso, o gestor afirma que “(…) a publicação de conhecimento sobre o tema [compras públicas de caráter inovador] exerce papel fundamental” e reitera a importância de inspirar e comunicar os feitos da iniciativa por meio de produtos de comunicação qualificados. Na visão dele, publicações como o Guia de Monetização para Edtechs B2B e o Guia de Utilização do Marco Legal das Startups – as quais contaram com o seu apoio direto – ajudam a engajar profissionais diversos a conhecerem tanto o impulsiOnar quanto as soluções inovadoras por ele geradas, e a levá-los adiante.
O conhecimento e a dedicação de Luana e Eduardo foram centrais para os avanços do impulsiONar em direção ao combate às defasagens de aprendizagem nos anos finais. Com atuações distintas, ambos colaboraram para promover alianças entre o setor público, empresas e a sociedade civil, abrindo caminhos para a inovação aberta Brasil afora.
Sobre os protagonistas
Luana Moraes Amorim é consultora sênior de Discovery no BID Lab e Eduardo Azevedo é especialista em inovação no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), instituições financiadoras do impulsiONar. O trabalho citado acima foi realizado em colaboração com toda a equipe do BID Lab, do BID e organizações parceiras. O impulsiONar agradece o empenho de Luana, Eduardo e todos os atores que colaboraram para avançar a educação pública brasileira.
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