Hoje, Natasha é coordenadora de projetos na Fundação Lemann que, junto a Imaginable Futures e o BID Lab/BID – área de inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – idealizaram e financiaram o piloto do impulsiONar. A coordenadora entrou na Fundação Lemann justamente para estruturar o programa em seu início. “Eu entrei em 2021 na Fundação Lemann para apoiar a Gabriela Néspoli [uma das responsáveis pela concepção do impulsiONar] a estruturar o programa. (…) montar o time, organizar os papéis, trazer o Quintessa [para coordenar o programa], o Reúna [como parceiro pedagógico]”, ela relata.
No contexto dos investimentos da Aliança – estabelecida em 2017 com foco no fortalecimento da implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, mais tarde, em tecnologias para melhorar os resultados de aprendizagem em escolas públicas no Brasil – o impulsiOnar figura enquanto um experimento de caráter disruptivo com vistas à escala. A iniciativa sistêmica foi desenvolvida com base em um estudo de casos e práticas de referência, alinhados à abordagem da Aprendizagem Centrada no Estudante, e capazes de endereçar desafios e demandas centrais do sistema educacional brasileiro, tais como a prevenção e a redução de lacunas de aprendizagem.
Neste sentido, pelo impulsiONar ter sido o seu primeiro projeto em educação e com foco nos anos finais do Ensino Fundamental na Fundação Lemann, a gestora tem um uma conexão especial com a experiência e com tudo o que foi construído. Natasha conta que se recorda e compreende “(…) cada uma das decisões e caminhos tomados”, enfatizando a sua conexão significativa com o impulsiONar.
Este vínculo e a própria história de transformação impulsionada pela educação tornaram Natasha uma profissional atenta ao papel da escola e das redes públicas de ensino em comunidades e indivíduos que a elas pertencem. Um exemplo desta perspectiva ocorreu em maio de 2022, quando chuvas torrenciais assolaram diversas partes do Estado de Pernambuco, incluindo os municípios de Igarassu e Cabrobó, redes de ensino participantes do programa. “As escolas viraram ponto de abrigo da população, acolhendo as pessoas que perderam casas, carros, móveis”, relata a gestora, que completa: “A escola é, por vezes, o único espaço onde a política pública chega. Em alguns territórios no Brasil, é ali que acontece a vacinação, é ali que está a segurança pública, é para lá que vou se eu tiver uma dúvida sobre qual médico eu vou, pergunto para o diretor da escola. Eu respeito muito o papel das escolas.” Para ela, a escola é um espaço privilegiado para o fortalecimento das identidades e aprendizado dos estudantes em prol da construção de uma sociedade mais diversa e potente.
“A escola é, por vezes, o único espaço onde a política pública chega. Em alguns territórios no Brasil, é ali que acontece a vacinação, é ali que está a segurança pública, é para lá que vou se eu tiver uma dúvida sobre qual médico eu vou…”
Seu sonho é que a sociedade brasileira possa, cada vez mais, refletir sobre o que espera de suas escolas. E para Natasha, o impulsiONar refletiu este sonho, sobretudo pelo viés das formações pedagógicas oferecidas aos educadores das redes de ensino. A construção de espaços emancipatórios, com professores habilitados ao ensino centrado nos estudantes, e estudantes engajados em aprender a partir dos novos recursos tecnológicos e abordagens pedagógicas foram aspectos que, para ela, se destacaram durante a implementação do programa. Sempre atenta à pauta da equidade na educação e das discussões raciais na estrutura social brasileira, Natasha articulou a inclusão de um módulo de formação em equidade racial nas trilhas formativas “Para mim, a pauta de equidade racial é muito cara. Eu bati o pé para a gente fazer o módulo de formação”, relata.
Movida pela crença de que precisamos dar às pessoas a possibilidade de sonhar, Natasha se orgulha de ter estado presente desde o início da implementação do programa, já que sem dúvida contribuiu para tornar a idealização do impulsiONar uma realidade. Sua visão de mundo baseada em valores sociais de equidade, solidariedade e coletividade foram fundamentais para gerar um programa profundo e de impacto nas sete localidades onde esteve.
Sobre a protagonista
Natasha Macedo é coordenadora de projetos na Fundação Lemann, uma das três instituições financiadoras do impulsiONar. O trabalho citado acima foi realizado em colaboração com toda a equipe da Fundação Lemann, da Imaginable Futures, do BID Lab/BID e organizações parceiras. O impulsiONar agradece o empenho de Natasha e todos os atores que colaboraram para avançar a educação pública brasileira.
Para saber mais sobre a implementação do impulsiONar em redes públicas de ensino, clique aqui.